O que chamamos “homem” é talvez indissociável do signo de sua queda e de seus desejos de ascensão. Desejos de corrigir o desvio essencial, recuperar a origem perdida, ou apenas elevar-se às esferas celestes para, quem sabe, tocar os mistérios do universo e dos deuses. Transcender, ainda que por um instante, nossa miserável e errante existência sobre este astro: não foi esta uma das promessas da arte?
Anna Paola Protasio é arquiteta de formação e transparece nesta exposição sua relação com a tradição construtiva da arte. A artista apropria-se de escadas de obra como metáfora poética das elevações: escadas que, sobrepostas em tênue equilíbrio, constroem pontes interrompidas em direção à abóbada celeste.